Em uma rua estreita, no bairro do Bixiga (região central da capital paulista), cercada por construções antigas, encontra-se a Livraria Barrilete. O pequeno negócio, inaugurado há pouco mais de um mês, é comandado por Carlos Eduardo Nakaharada, 37 anos, em parceria com o sócio investidor Diego Rezende Polachini, 38. Focado no público amante de futebol, tem venda de livros temáticos, mas também oferece um espaço para quem deseja assistir às partidas de seus times do coração, com direito a café e cerveja artesanal.
A Barrilete foi idealizada por Nakaharada, após uma viagem de mochilão pela América Latina e Europa, onde descobriu a grande quantidade de livrarias especializadas em temas esportivos. Durante um período sabático em 2021, viajou a Montevidéu, capital do Uruguai, para assistir à final da Copa Libertadores da América, onde o Palmeiras se consagrou campeão contra o Flamengo.
“Fui para Montevidéu, Buenos Aires e países da Europa. Lá, eu via várias livrarias especializadas em futebol. Então, quando eu voltei para o Brasil, eu tive o ‘clique’ de que esse tipo de negócio não tinha por aqui”, explica.
Após retornar de sua viagem, Nakaharada decidiu deixar a área de direito penal e se aventurar no setor esportivo, inspirado pelos negócios similares que conheceu durante sua estadia no exterior. Assim, em 2023, começou a idealizar a Livraria Barrilete. A proposta era criar um espaço que não apenas oferecesse literatura, mas também servisse como um ponto de encontro para as celebrações dos torcedores. Foi quando ele convidou Polachini, seu amigo da época da faculdade de direito, para participar da empreitada.
O empreendimento saiu do papel em 20 de julho deste ano, ocupando um espaço compacto de apenas 11 metros quadrados e com um investimento inicial de R$ 80 mil. “A maior dificuldade é a falta de experiência com comércio, pois eu advoguei por mais de 10 anos e nunca tive que tratar essa parte comercial. Ainda estou aprendendo o que é empreender de verdade e como administrar o negócio”, conta.
A Barrilete tem recebido em média de 10 visitantes por dia e já vendeu cerca de 300 livros. “90% do nosso acervo literário é dedicado ao futebol, mas também vendemos café e cerveja para quem deseja assistir aos jogos nas ‘mesinhas’ da calçada”, diz.
Segundo Nakaharada, 80% da clientela chega ao espaço pelas redes sociais, uma vez que a inauguração da livraria gerou burburinho na comunidade esportiva paulistana. “A gente percebe que é um público carente de livros de futebol, então muita gente vem até aqui por não achar essas obras nas livrarias tradicionais”, reforça.
Para o futuro, o empreendedor conta que pretende levar a livraria para um espaço maior, também no bairro do Bixiga. Também está nos planos fazer da Barrilete local de escolha para autores de livros esportivos fazerem lançamentos e eventos. “A gente ainda está seguindo pelo caminho das pedras, mas o nosso objetivo é valorizar o Bixiga, fazer com que esse bairro volte a ser um polo cultural como era antigamente”, afirma.