Toalhas descartáveis são o negócio da família de Ana Paula Nunes, 43 anos, que cresceu profissionalmente dentro do empreendimento — desde a área de entregas até o setor comercial. Quando decidiu empreender, olhou para dentro de casa: “A empresa é muito genérica, oferecendo produtos para restaurantes e organizações de saúde. Pensei em como poderia adapar para um nicho.”
A empreendedora, que é tutora de dois pets, decidiu criar um negócio voltado aos animais de estimação. Em 2020, lançou a Pratipet, que vende toalhas descartáveis e biodegradáveis para banho e tosa de animais de estimação. São peças confeccionadas em 100% viscose, cuja fibra se decompõe no solo em torno de 90 dias. Os produtos — que podem ser descartados em lixeiras comuns — são vendidos em varejistas como Petz e Petlove. Em 2024, o negócio faturou R$ 4 milhões.
Nunes vem de um família de empreendedores — o negócio com sede em Cerquilha (SP) já tem quase 30 anos. Em 2013, porém, decidiu ter experiência profissional em outras organizações. “Meus filhos eram pequenos e comecei a viajar muito a trabalho. Fiquei com a agenda muito lotada”, diz a empreendedora, que optou por voltar para a empresa da família no final de 2017.
“Voltei com um olhar diferente, pensando no que eu faria de diferente, principalmente nas áreas de comercial e marketing. Olhei para o principal produto da empresa, e pensei em quais eram as maneiras de crescer dentro deste mercado”, afirma.
Optou por criar um negócio voltado aos animais de estimação. “Contratei uma empresa de consultoria especializada no setor pet, e fizemos uma pesquisa de mercado para entender quais eram as oportunidades”, diz Nunes, que descobriu uma demanda no setor de banho e tosa.
“A toalha para enxugar o bichinho é uma dor dentro do pet shop, que usa toalhas convencionais. Muitas vezes, o mesmo item é dividido entre os animais. Também escutamos que as empresas acumulam toalhas dentro do pet shop, e elas devem ser levadas para uma lavanderia”, diz Nunes.
Segundo a empreendedora, o diferencial do seu produto é a alta concentração de viscose. “É um material muito bom para tirar o excesso de água do animal. Com isso, o pet passa menos tempo no soprador, o que significa menos gasto com energia elétrica e menos estresse para ele”, afirma.
A Pratipet foi lançada no início de 2020. “Apesar de ser desafiador lançar um negócio na pandemia, era um momento que falar de limpeza estava muito em alta. Todo mundo estava interessado em ações mais higiênicas”, diz a Nunes.
Desde o início, o foco foi o B2B. “Entendi que era a maneira ideal de atingir o público que trabalha com banho e tosa, que compra produtos em pet shops de bairro e em grandes varejistas”, afirma. “Até hoje não temos um e-commerce próprio.”
Em 2021, a empresa decidiu exportar para a América Latina depois de negóciar com varejistas internacionais no Pet South America, evento focado no mercado pet que reúne pessoas de diversos países do continente americano. Hoje os produtos são vendidos na Bolívia, Chile e Paraguai.
No início deste ano, Nunes recebeu um convite de um empresário brasileiro que vive em Portugal, interessado fazer uma sociedade para vender os produtos no país. “Ele tem um pet e compartilhou a dificuldade de encontrar negócios de banho e tosa, assim como produtos de qualidade”, fala. “Já resolvemos a questão da documentação e passamos pelo processo de regulamentação internacional.”
